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NOTA AO POVO GOIANO do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás

O Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás – SENGE-GO, entidade sindical representativa dos engenheiros goianos, tendo em vista a aprovação pelo Conselho Consultivo da APA – Área de Preservação Ambiental do Ribeirão João Leite de relatório que prevê a “flexibilização” da ocupação do solo no entorno do reservatório de água criado com a barragem no curso d’água acima citado, dirige-se ao povo goiano, bem como às autoridades constituídas, estaduais e municipais, no sentido de expressar a preocupação com a aprovação deste relatório. 

Acontece que, neste caso a “flexibilização é o primeiro passo para a viabilização da especulação imobiliária na área de influência daquela relevante fonte de abastecimento de água potável à população da Região Metropolitana de Goiânia”.

Cumpre destacar que, recentemente, foi veiculado na imprensa que a Secretária de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH),  assegurou que não aprovaria qualquer mudança em relação à APA do Ribeirão João Leite. Contudo, contraditoriamente a SEMARH, através de seu Superintendente de Unidades de Conservação, que dirigia os trabalhos, foi voto decisivo no Conselho Consultivo em prol da “flexibilização” do uso do solo na mencionada área de proteção ambiental. Além disso, todos os outros órgãos estaduais presentes na reunião, com a exceção da SANEAGO, também votaram a favor da citada “flexibilização”. Perguntamos ao Governo do Estado de Goiás, que é responsável direto tanto pelos recursos hídricos estaduais como pela região metropolitana de Goiânia se é a favor  desta “flexibilização”.

O SENGE-GO apela ao Senhor Governador do Estado no sentido de determinar que decisão da SEMARH seja revista. Apela, também, ao Ministério Público que continue na luta pela preservação do entorno do reservatório tomando as providências legais cabíveis. 

Este apelo, em realidade, é feito à toda sociedade goiana, suas universidades e, principalmente, aos habitantes de Goiânia que, com certeza, não querem passar, no futuro, as dificuldades atuais que a população de São Paulo está passando, uma vez que a citada “flexibilização” foi  uma etapa pela qual se submeteu os entornos dos reservatórios da capital paulista.

O povo goiano merece garantia de abastecimento e água de qualidade para as suas gerações futuras.

Goiânia, 12 de dezembro de 2014.

DIRETORIA DO SINDICATO DOS ENGENHEIROS NO ESTADO DE GOIÁS –  SENGE-GO

ÁGUA PÚBLICA*A Amarbrasil aprova esta ideia e faz os mesmos questionamentos do SENGE-GO!

População de Aragoiânia se levanta em defesa da água

 Situada a 35km de Goiânia, Aragoiânia traz na história de seu nome uma grande homenagem ao Rio Araguaia. Pouco tempo passou desde sua fundação, e hoje a população vive uma verdadeira batalha para honrar seu respeito pela água.

Com 12 mil habitantes, a população se organizou em um grande levante social contra a construção de um aterro sanitário sobre a nascente do Córrego Vereda, principal fonte de abastecimento de água potável do município.

O aterro terá um impacto muito forte, contaminando não só o solo de toda a região como a água, pois irá abranger uma vasta área, confira na imagem:

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Por incrível que pareça, a empresa responsável pela construção do aterro conseguiu por meio da SEMARH (Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos) liberação para construir a obra. E mesmo com a total desaprovação da SANEAGO a pressão continua, mas a população está decidida a não permitir a construção do mesmo.

Cada vez mais organizada e com maior impacto, as manifestações populares acontecem tanto nas ruas quanto na área aonde se pretende construir o aterro. Confira o VÍDEO CLICANDO AQUI.

Através do Google Earth a Amarbrasil identificou que a questão não só interessa à população de Aragoiânia, mas também aos moradores e agricultores da cidade e do município de Guapó. Aliás, a cidade de Guapó já está com as suas águas comprometidas, pois é visível a destruição que uma pedreira está causando nas nascentes e no curso do Córrego Serrinha, cujas águas abastecem a população da cidade de Guapó.

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É hora da população de Guapó também se levantar e defender as nascentes e os cursos de Água que abastecem a cidade.

Na última terça feira, 25.11, o Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás – Senge-GO lançou uma nota não só desaprovando com alertando sobre os perigos da proposta de flexibilização da APA do João Leite, divulgada pela SEMARH. O Senge-GO alertou que a proposta ér um atentado contra a democracia e que “a sociedade goiana precisa saber e se colocar contra mais esta tentativa de manipulação da opinião pública a respeito de um recurso tão escasso hoje, quanto a água, que só tende a agravar-se no futuro” (trecho da nota).

A Amarbrasil entende que a SANEAGO não pode mais ser instrumento de fatia política. Água Pública deve ser tratada como questão de ESTADO não como instrumento de governo.
A revolta da população de Aragoiânia e a já esperada de Guapó, não deixam dúvida quanto a este fato.

É hora de nós cidadãos participarmos desta história dividindo as decisões com a democracia representativa.
É hora do Governador Marconi Perillo “chamar a questão da água à ordem”, com a rara oportunidade de INAUGURAR o exercício combinado das democracias (participativa e representativa) na sua gestão, a começar pela gestão da Água, pela SANEAGO.
A democracia e a gestão pública participativa é inexorável.

Guapó e Aragoiânia devem se unir pela mesma causa: ÁGUA BOA E SAUDÁVEL, ÁGUA PÚBLICA. Água Pública é Fonte de Democracia.

Reservatório João Leite: crise de água é crise de democracia

 

Tomando cada vez mais forma, o caso da expansão urbana ao redor do João Leite já se transformou em um movimento ideológico, onde diversos meios de comunicação, entidades representativas e profissionais passaram a defender a área que necessita ser preservada.

Em 2009 a Amarbrasil entrou com ação civil coletiva contra o setor imobiliário que tentava lotear as margens à véspera do fechamento das comportas da barragem. Com a Ação, a Amarbrasil conseguiu a construção das barreiras de proteção e dos filtros de captação da água da rodovia que eram despejados diretamente no reservatório. O jornal Diário da Manhã deu ampla cobertura a esta ação, movimentando a comunidade em defesa da água.

Já no início de junho deste ano, a Amarbrasil alertou sobre a redução do Parque Serra Dourada, que fere a democracia e o direito da população em participar de decisões de tamanho impacto. De lá pra cá, foram diversas as notícias e notas da Amarbrasil sobre a situação do Reservatório João Leite e o risco que o mesmo corre. Poucos deram ouvidos, e agora, a situação é explícita.

Com a atual cobertura jornalística nacional, o assunto “falta de água” se tornou pauta em todos os cantos, aí sim, a mídia goiana começou a olhar pra dentro, ao invés de pra fora. Não foi falta da Amarbrasil citar e incentivar discussões sobre Água Pública tanto no site como nas mídias sociais. Avisamos, e a situação agora é complexa.

O Sindicato dos Engenheiros no Estado de GoiásSenge-GO lançou uma nota não só desaprovando com alertando sobre os perigos de se liberar espaço que hoje é de reserva para construção de loteamentos e comércios. O Senge-GO inclusive alertou sobre tal situação ser um atentado contra a democracia “a sociedade goiana precisa saber e se colocar contra mais esta tentativa de manipulação da opinião pública a respeito de um recurso tão escasso hoje, quanto a água, que só tende a agravar-se no futuro” (trecho da nota).

O jornalista Washington Novaes, no jornal O Popular foi além, narrando em primeira pessoa diversas reuniões onde recebeu informações que comprovam que tal redução irá comprometer o abastecimento de água em Goiânia. Confira o trecho do artigo que se encontra na íntegra no site do O Popular:

O autor destas linhas esteve presente à sessão pública em que o prof. Tundisi, catedrático da Universidade em São Carlos, SP, apresentou seu parecer contundente, após visitar toda a bacia do João Leite. Já mencionava ele a existência, em vários municípios, de lixões a céu aberto, com o escorrimento de chorume tóxico; o forte desmatamento em toda a APA, inclusive em matas ciliares; o desmatamento gerado por novas lavouras e pastagens, que levavam à impermeabilização do solo e redução do acúmulo de água no subsolo do Cerrado – onde nascem os rios; a contaminação das terras (e sua chegada à água) por alto volume de agrotóxicos. Concluía o prof. Tundisi mostrando que, se nada fosse feito para mudar o quadro, a água dali destinada a abastecimento humano teria um custo de tratamento até cinco vezes maior que o habitual.”

Também trazendo para discussão a opinião pública e a irresponsabilidade mediante uma ação visivelmente tão degradante ao abastecimento de água, cita:

É preocupante e deprimente ver a expansão urbana em tantos lugares – inclusive em Goiânia – atropelar advertências da ONU, do papa, de tantos relatórios que mostram o crescimento desordenado das cidades em toda parte – e os problemas que já representam, com mais de 50% da população global de mais de 7 bilhões de pessoas. E tudo na hora em que água ocupa o centro de tantos dramas, inclusive aqui.”

Não faz nenhum sentido manter os planos de degradação do João Leite. Decidir tomar parte de área preservada para interesses particulares já é irrelevante, agora imagine quando isso ameaça os recursos naturais. Falta de informação? Inocência? Qual a desculpa que justifica esta situação? Não vamos esperar o pior acontecer, o Brasil necessita urgentemente fazer valer a Democracia Participativa.

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Foto: Diário da Manhã 15 de março de 2010