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MP de olho na expansão urbana

Jornalista Eduardo Pinheiro

Fotografia Wildes Barbosa

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) deve ajuizar ações contra a expansão urbana dos municípios que integram a Área de Proteção Ambiental (APA) do Ribeirão João Leite, caso sejam implementadas. O promotor de justiça Juliano de Barros Araújo, da 15ª promotoria, afirma que a falta de critérios técnicos para as mudanças no plano de manejo da área protegida, requeridas pelas cidades de Teresópolis de Goiás, Campo Limpo, Goianápolis e Anápolis, inviabiliza o projeto.

A argumentação do promotor é que, durante a elaboração do plano de manejo, ainda em 2005, foram estabelecidos critérios técnicos, criados a partir de estudos, para implantação das áreas de restrição. Para uma revisão seriam necessários novos estudos que avaliassem a necessidade das mudanças. “Se não há respaldo formal e legal, essas cidades deixam de lado interesses coletivos e agem segundo outros interesses. Qualquer alteração feita desta forma será alvo de ação do MP-GO”, diz.

A declaração foi feita em mesa-redonda, proposta pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), na manhã de ontem. O evento contou com a participação de representantes da Universidade de São Paulo (USP), do próprio MP-GO, da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Recursos Hídricos (Semarh), além do Consórcio Intermunicipal do João Leite.

Reportagens publicadas no POPULAR no último mês já alertavam sobre as tentativas de expansão urbana propostas pelo consórcio. As reportagens mostraram que os municípios requerem incremento de 64% nas áreas destinadas à ocupação urbana dentro da APA, alguns com interesses para loteamentos e instalação de comércios na região. Além disso, levantamento da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) catalogou pelo menos 70 fontes de água potável, que abastecem diretamente o reservatório instalado no Parque Altamiro de Moura Pacheco, com avançado estado de degradação. Fatos que podem comprometer diretamente o abastecimento de água para a região metropolitana de Goiânia nos próximos anos.

Em reunião no dia 28, o Conselho Consultivo da APA do João Leite aprovou por maioria as modificações no plano de manejo realizadas pelo Grupo de Trabalho. Após passar pelo Conselho a proposta seguirá para análise técnica e voltará para nova avaliação.

DEBATE

A seca que atingiu Goiás no fim da década de 1990 foi relembrada pelo engenheiro agrônomo da Saneago, Henrique Luiz de Araújo, para a necessidade de cuidar do manancial. Araújo argumentou que os ciclos hidrológicos se repetem e novas catástrofes podem acontecer novamente. Assim, o grande desafio para os órgãos públicos e os municípios é justamente o uso e ocupação do solo consciente nas regiões mais sensíveis das áreas de proteção ambiental.

O coordenador do consórcio intermunicipal, Daniel Pereira, argumentou que a expansão urbana é questão de sobrevivência para os municípios que estão localizados dentro dos limites da APA do João Leite. Segundo ele, o plano de manejo, quando produzido, não observou o desenvolvimento das cidades e estaria estacando o crescimento econômico delas.

Matéria Veiculada no Jornal O Popular de 12 de dezembro de 2014. Todos os direitos reservados para o mesmo. Clique aqui e veja na página oficial.

Nascentes comprometidas – Parte delas não receberam nenhum tipo de cuidado desde criação de área de preservação, há 11 anos

Texto: Eduardo Pinheiro – Jornal O Popular

Fotografia: Ricardo Rafael

Nascentes que alimentam a bacia do Ribeirão João Leite estão sob risco de desaparecer. Levantamento da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) catalogou pelo menos 70 fontes de água potável, que abastecem diretamente o reservatório instalado no Parque Altamiro de Moura Pacheco, com avançado estado de degradação. Dados da Dema e imagens de satélite informam que pelo menos 43 dessas nascentes não receberam nenhum cuidado desde a criação da Área Proteção Ambiental (APA) do João Leite, em 2003.

A ampla catalogação dos mananciais revela uso inadequado do solo, com plantações próximas, pastagens, lançamento de esgoto, erosões e desmatamentos nas áreas que deveriam receber cuidados específicos para a manutenção da fonte de água que abastece o reservatório. Ambientalistas e estudiosos afirmam que a falta desses cuidados afeta a qualidade da água e pode gerar problemas graves que comprometem o abastecimento de água na Região Metropolitana de Goiânia nos próximos anos.

Pelo menos 50 das nascentes estão localizadas nas áreas mais delicadas dentro da APA. As imagens do satélite mostram que a boa parte das fontes de água estão a poucos metros do Parque Estadual, que o plano de manejo da APA do João Leite estabelece que não pode sofrer nenhum impacto, e dos quais três quilômetros próximos devem ser reservados para ter uso controlado.

Córregos como o Cana Brava, Barreiro, Bandeira, da Grama, do Rosa e Seco, que alimentam diretamente o lago do Ribeirão João Leite apresentam falta de mata ciliar, avanço de agricultura, presença de pastagens com gados, erosões e assoreamento. São pelo menos 30 nascentes, nas proximidades do município de Nerópolis e GO-080, que correm diretamente para o lago que apresentam problemas com o manejo do solo.

A maioria das propriedades rurais, onde estão essas nascentes, se localizam dentro da área denominada como Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 1 (AHCUC-1), que é uma que zona integra as áreas contíguas às Zonas de Proteção do Reservatório Barragem João Leite e Vida Silvestre. Esse zoneamento assegura o raio de 50 metros para preservação das águas, além dos 30 metros estabelecidos para preservação das margens dos rios. No entanto, a reportagem constatou represamentos de água e aplicação de agrotóxicos por fazendas próximas ao parque.

Degradação

As imagens de satélite mostram que pelo menos desde 2003 não há nenhuma interferência para controlar o uso de solo próximo às nascentes que abastecem a bacia do João Leite. Córregos que correm dentro da área de municípios localizados na APA permanecem desprotegidos, sem cercas que garantam os 50 metros de proteção estabelecidas em lei, nem mesmo o replantio de árvore nas áreas degradadas.

Na porção sudeste da APA, localizada entre os municípios de Goianápolis e Terezópolis, e localizada também na AHCUC-1 pelo plano de manejo, pelo menos dez fontes de água não apresentam nenhum tipo de controle por parte dos órgãos públicos. Propriedades rurais da região fazem uso do solo para pastagens e plantações bem próximas aos mananciais. Esses olhos d’água já apresentam porções secas e excesso de detritos depositados no leito, já com assoreamento. São eles que alimentam o córrego Macaúba, que passa às margens da BR-153, bem próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal, e deságua justamente no reservatório. A distância entre as fontes e o reservatório é pouco maior que 2km.

O córrego Macaquinho, por exemplo, que tem suas nascentes próximas à cidade de Goianápolis nunca recebeu tratamento adequado, mesmo após a criação da APA. O município fica no entroncamento das Áreas Especiais de Proteção de Mananciais onde é vedado o parcelamento do solo urbano e rural, justamente por ser destinadas à conservação, recuperação e manejo de mananciais, e AHCUC-1. Pelo menos cinco dessas nascentes precisam sofrer intervenção. Em duas delas lotes residênciais já despontam bem próximas.

A falta de uso adequado do solo na região permite a perpetuação de enorme voçoroca às margens da GO-415. As águas da chuva, sem barreira natural da mata ciliar, retirada por loteamentos, escorrem direto para a nascente, o que provocou a erosão. O excesso de terra corre riacho abaixo e assoreia o rio que corre diretamente para o reservatório que abastece a região metropolitana. As imagens de satélite mostram, inclusive, que nos últimos dez anos o buraco aumentou mais de 50 metros de extensão.

Matéria Veiculada no Jornal O Popular dia 8 de dezembro de 2014. Todos os direitos reservados para o mesmo. Acesse e veja no site clicando aqui.

Secretária estadual de Meio Ambiente compromete-se a garantir preservação da APA do João Leite

A secretária estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Jacqueline Vieira, comprometeu-se hoje (28/11), com integrantes do Ministério Público de Goiás, a não aprovar nenhuma mudança prejudicial à Área de Preservação Ambiental (APA) da Bacia Hidrográfica do João Leite. O compromisso foi assumido durante encontro, realizado na sede do MP-GO, que reuniu a coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, Suelena Carneiro Caetano Jayme, os promotores de Justiça Juliano de Barros Araújo (Goiânia) e Sandra Mara Garbelini (Anápolis) e o técnico pericial do MP-GO, Anselmo Claudino, que integra o Grupo de Trabalho criado para discutir o Plano de Manejo.

Durante o encontro, os promotores apresentaram as preocupações com o possível aumento de loteamentos dentro da APA. Segundo observaram, as propostas de alterações do Plano de Manejo da área de preservação, apresentadas no grupo de trabalho que está revisando o plano, não têm embasamento técnico.

Além disso, os municípios vizinhos a Goiânia que integram a APA não possuem planos diretores. Contudo, desde 2001 esses municípios são obrigados a elaborar seus planos, já que recebem influência direta de empreendimentos de grande impacto. “Não estamos contra os municípios, mas apoiando-os a terem seus planos diretores para se desenvolverem conforme a situação vigente”, ressaltou Juliano de Barros. Ele acrescentou que as leis municipais que autorizam os loteamentos na APA são irregulares.

A promotora Sandra Mara Garbelini, da comarca em Anápolis, município que possui áreas dentro da APA, afirmou também que o Ministério Público busca evitar o litígio e o retrocesso ambiental. No entanto, a secretária ponderou que a Semarh auxiliará os municípios na elaboração de seus planos diretores. Ela acrescentou que a secretaria já tem orientado os prefeitos a buscarem saídas para o crescimento sustentável e recursos nacionais e internacionais para conservação do Cerrado.

Jaqueline Vieira observou ainda que o fato de um Grupo de Trabalho estar revisando o Plano de Manejo não significa que o documento está automaticamente aprovado. Segundo esclareceu, os resultados devem passar pelo Conselho Consultivo da APA e pela Semarh. “O que não for legal e tecnicamente viável não será aprovado”, garante.

No entanto, os promotores ponderaram que, caso o plano seja aprovado sem observar critérios técnicos, o Ministério Público vai contestar judicialmente. Também serão alvo de ações judiciais as leis municipais que porventura autorizarem loteamentos na APA, assim como cada um dos empreendimentos irregulares.

Acompanhamento
Os promotores das comarcas cujos municípios possuem áreas abrangidas pela APA do João Leite (Goiânia, Anápolis, Nerópolis e Goianápolis) têm atuado na preservação da área, com ações que visam preservar o manancial de abastecimento. Dessa forma, eles acompanharão pessoalmente a próxima reunião do Conselho Consultivo da APA do João Leite para apresentar as ponderações do MP sobre os riscos da ocupação da área. A próxima do conselho será na sexta-feira, 5 de dezembro. (Cristina Rosa/ Assessoria de Comunicação Social do MP-GO, com informações da Assessoria de comunicação da Semarh)

Fonte: Matéria e fotografia retiradas na íntegra do site do Ministério Público do Estado de Goiás.

População de Aragoiânia se levanta em defesa da água

 Situada a 35km de Goiânia, Aragoiânia traz na história de seu nome uma grande homenagem ao Rio Araguaia. Pouco tempo passou desde sua fundação, e hoje a população vive uma verdadeira batalha para honrar seu respeito pela água.

Com 12 mil habitantes, a população se organizou em um grande levante social contra a construção de um aterro sanitário sobre a nascente do Córrego Vereda, principal fonte de abastecimento de água potável do município.

O aterro terá um impacto muito forte, contaminando não só o solo de toda a região como a água, pois irá abranger uma vasta área, confira na imagem:

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Por incrível que pareça, a empresa responsável pela construção do aterro conseguiu por meio da SEMARH (Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos) liberação para construir a obra. E mesmo com a total desaprovação da SANEAGO a pressão continua, mas a população está decidida a não permitir a construção do mesmo.

Cada vez mais organizada e com maior impacto, as manifestações populares acontecem tanto nas ruas quanto na área aonde se pretende construir o aterro. Confira o VÍDEO CLICANDO AQUI.

Através do Google Earth a Amarbrasil identificou que a questão não só interessa à população de Aragoiânia, mas também aos moradores e agricultores da cidade e do município de Guapó. Aliás, a cidade de Guapó já está com as suas águas comprometidas, pois é visível a destruição que uma pedreira está causando nas nascentes e no curso do Córrego Serrinha, cujas águas abastecem a população da cidade de Guapó.

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É hora da população de Guapó também se levantar e defender as nascentes e os cursos de Água que abastecem a cidade.

Na última terça feira, 25.11, o Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás – Senge-GO lançou uma nota não só desaprovando com alertando sobre os perigos da proposta de flexibilização da APA do João Leite, divulgada pela SEMARH. O Senge-GO alertou que a proposta ér um atentado contra a democracia e que “a sociedade goiana precisa saber e se colocar contra mais esta tentativa de manipulação da opinião pública a respeito de um recurso tão escasso hoje, quanto a água, que só tende a agravar-se no futuro” (trecho da nota).

A Amarbrasil entende que a SANEAGO não pode mais ser instrumento de fatia política. Água Pública deve ser tratada como questão de ESTADO não como instrumento de governo.
A revolta da população de Aragoiânia e a já esperada de Guapó, não deixam dúvida quanto a este fato.

É hora de nós cidadãos participarmos desta história dividindo as decisões com a democracia representativa.
É hora do Governador Marconi Perillo “chamar a questão da água à ordem”, com a rara oportunidade de INAUGURAR o exercício combinado das democracias (participativa e representativa) na sua gestão, a começar pela gestão da Água, pela SANEAGO.
A democracia e a gestão pública participativa é inexorável.

Guapó e Aragoiânia devem se unir pela mesma causa: ÁGUA BOA E SAUDÁVEL, ÁGUA PÚBLICA. Água Pública é Fonte de Democracia.

Reservatório João Leite: crise de água é crise de democracia

 

Tomando cada vez mais forma, o caso da expansão urbana ao redor do João Leite já se transformou em um movimento ideológico, onde diversos meios de comunicação, entidades representativas e profissionais passaram a defender a área que necessita ser preservada.

Em 2009 a Amarbrasil entrou com ação civil coletiva contra o setor imobiliário que tentava lotear as margens à véspera do fechamento das comportas da barragem. Com a Ação, a Amarbrasil conseguiu a construção das barreiras de proteção e dos filtros de captação da água da rodovia que eram despejados diretamente no reservatório. O jornal Diário da Manhã deu ampla cobertura a esta ação, movimentando a comunidade em defesa da água.

Já no início de junho deste ano, a Amarbrasil alertou sobre a redução do Parque Serra Dourada, que fere a democracia e o direito da população em participar de decisões de tamanho impacto. De lá pra cá, foram diversas as notícias e notas da Amarbrasil sobre a situação do Reservatório João Leite e o risco que o mesmo corre. Poucos deram ouvidos, e agora, a situação é explícita.

Com a atual cobertura jornalística nacional, o assunto “falta de água” se tornou pauta em todos os cantos, aí sim, a mídia goiana começou a olhar pra dentro, ao invés de pra fora. Não foi falta da Amarbrasil citar e incentivar discussões sobre Água Pública tanto no site como nas mídias sociais. Avisamos, e a situação agora é complexa.

O Sindicato dos Engenheiros no Estado de GoiásSenge-GO lançou uma nota não só desaprovando com alertando sobre os perigos de se liberar espaço que hoje é de reserva para construção de loteamentos e comércios. O Senge-GO inclusive alertou sobre tal situação ser um atentado contra a democracia “a sociedade goiana precisa saber e se colocar contra mais esta tentativa de manipulação da opinião pública a respeito de um recurso tão escasso hoje, quanto a água, que só tende a agravar-se no futuro” (trecho da nota).

O jornalista Washington Novaes, no jornal O Popular foi além, narrando em primeira pessoa diversas reuniões onde recebeu informações que comprovam que tal redução irá comprometer o abastecimento de água em Goiânia. Confira o trecho do artigo que se encontra na íntegra no site do O Popular:

O autor destas linhas esteve presente à sessão pública em que o prof. Tundisi, catedrático da Universidade em São Carlos, SP, apresentou seu parecer contundente, após visitar toda a bacia do João Leite. Já mencionava ele a existência, em vários municípios, de lixões a céu aberto, com o escorrimento de chorume tóxico; o forte desmatamento em toda a APA, inclusive em matas ciliares; o desmatamento gerado por novas lavouras e pastagens, que levavam à impermeabilização do solo e redução do acúmulo de água no subsolo do Cerrado – onde nascem os rios; a contaminação das terras (e sua chegada à água) por alto volume de agrotóxicos. Concluía o prof. Tundisi mostrando que, se nada fosse feito para mudar o quadro, a água dali destinada a abastecimento humano teria um custo de tratamento até cinco vezes maior que o habitual.”

Também trazendo para discussão a opinião pública e a irresponsabilidade mediante uma ação visivelmente tão degradante ao abastecimento de água, cita:

É preocupante e deprimente ver a expansão urbana em tantos lugares – inclusive em Goiânia – atropelar advertências da ONU, do papa, de tantos relatórios que mostram o crescimento desordenado das cidades em toda parte – e os problemas que já representam, com mais de 50% da população global de mais de 7 bilhões de pessoas. E tudo na hora em que água ocupa o centro de tantos dramas, inclusive aqui.”

Não faz nenhum sentido manter os planos de degradação do João Leite. Decidir tomar parte de área preservada para interesses particulares já é irrelevante, agora imagine quando isso ameaça os recursos naturais. Falta de informação? Inocência? Qual a desculpa que justifica esta situação? Não vamos esperar o pior acontecer, o Brasil necessita urgentemente fazer valer a Democracia Participativa.

Acompanhe via Facebook clicando aqui, e não fique de fora dessa discussão.

Foto: Diário da Manhã 15 de março de 2010

 

Nota a respeito do reservatório do Ribeirão João Leite

O Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás – Senge-GO no uso de suas atribuições estatutárias, vem a público, manifestar seu repúdio às possibilidades de flexibilizar o Plano de Manejo da Área de Preservação Ambiental do Ribeirão João Leite (Apa João Leite).

O reservatório do Ribeirão João Leite começou a ser pensado, há 30 anos, quando a população de Goiânia era de 400 mil habitantes. Hoje a  Região Metropolitana possui mais de dois milhões de habitantes.

Como abastecer, com água, tamanha população?

A obra do Sistema de Abastecimento de Água João Leite foi iniciada, há doze anos, e ainda não está concluída. Ela destina-se ao abastecimento da Região Metropolitana ad eternum. A partir de uma população acima de três milhões de pessoas, necessita-se desta e de mais outras fontes de abastecimento para a região. Onde buscar mais água? É muita responsabilidade para com as gerações futuras e não se pode brincar com a questão.

Diante de tantas pressões para ocupação da área, com expansão para loteamentos, implantação de Eixo Tecnológico e outros usos que podem comprometer a preservação da água de abastecimento público da Região Metropolitana e, sem outras alternativas para tal e muita escassez de recursos financeiros para os investimentos, o Senge-GO, em consonância com sua responsabilidade social e política não pode se omitir frente a esta absurda intenção que, absolutamente, não atende ao interesse público.

A sociedade goiana precisa saber e se colocar contra mais esta tentativa de manipulação da opinião pública a respeito de um recurso tão escasso hoje, quanto a água, que só tende a agravar-se no futuro. Não são necessários muitos argumentos, tomemos como exemplo o que está acontecendo em São Paulo. Vamos permitir que Goiânia viva, amanhã, o que São Paulo vive, hoje? Será que não temos nenhuma preocupação quanto ao futuro de nossos filhos, netos e seus descendentes?

As autoridades responsáveis precisam se posicionar sobre o tema, pois não é uma questão puramente técnica, mas especialmente política, por isso o Senge-GO apela às mais altas autoridades governamentais do Estado e ao Ministério Público, no sentido de não deixarem que se perpetue este desatino contra o povo goiano e, caso não o façam, desde já, repudia, também, esta inominável  omissão, em relação ao interesse público, que tanto juram defender.

(Diretoria do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás- Senge-GO)

Fonte: Diário da Manhã

JOÃO LEITE que não te quero CANTAREIRA

O jornal O Popular deste domingo apresentou mais uma das grandes razões pelas quais a SANEAGO não pode mais ser instrumento de fatia política. 


Água Pública deve ser tratada como questão de ESTADO, não como instrumento de governo. Nesta questão da flexibilização da APA (Área de Preservação Ambiental) do João Leite está bem claro de que “lado” a SEMARH (Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos) está e qual será o resultado do seu Relatório, considerando a exclusão que foi infligida à população na participação das reuniões e audiências que NÃO foram públicas.

A proposta tem como objetivo reduzir a área de preservação, dando espaço para loteamentos e comércios na região. Ambientalistas e o Ministério Público de Goiás condenam o projeto e alertam para possibilidade de impermeabilização excessiva, assoreamento, desmatamento e poluição que tal medida pode acarretar, reduzindo o volume de água ou inviabilizando seu consumo.

Alckimin passará para a História como o Governador responsável pela destruição da Bacia e do Sistema Cantareira em São Paulo. Se todos estamos vendo o que ocorreu fora, por que não evitamos que algo ainda pior aconteça em nosso estado?

Perto de um bilhão de reais foram investidos no Sistema João Leite e nem mesmo por este investimento a SANEAGO grita contra os autores da proposta de flexibilização. 


É hora de nós cidadãos participarmos desta história dividindo as decisões com a democracia representativa.

A matéria  linkada no início desta postagem infelizmente só está disponível aos assinantes do jornal O Popular. O momento é de democratizar a informação! Se o assunto é de interesse público, por que não disponibilizar para o público?

Este assunto merece maior divulgação e convido o jornal a liberar a matéria na íntegra a toda a população. 

Uarian Ferreira – Superintendente da Amarbrasil

Sobre a flexibilização da APA do João Leite

Com todo o respeito pelo trabalho e intenção do Grupo, mas qualquer Projeto de ocupação imobiliária ou industrial na zona de amortecimento ou na APA do João Leite é absolutamente temerário e de alto risco, seja de responsabilidade dos empreendedores e acionistas para os danos coletivos futuros, de imagem dos negócios vinculados a danos ambientais ou seja do ponto de vista de comprometimento de saúde das águas do Reservatório que abastece a Capital do Estado.

A Proposta dos Centros Tecnológicos é antiga e boa, mas hoje absolutamente inadequados para serem instalados na Bacia do João Leite. Talvez os altiplanos localizados no triângulo composto pelos 40 Km da BR 414 que vai de Anápolis para Corumbá e vira à direita na GO-338 até Abadiânia na BR-060, sejam mais adequados e de muito melhor logística. Outros entre Anápolis e Brasília ou Leopoldo de Bulhões sejam melhores.

A população consumidora de Goiânia e Aparecida de Goiânia precisa ser conscientizada de que tem obrigação e deve pagar pelos serviços ambientais dos produtores e também pelos prejuízos das cidades instaladas dentro da APA, que estão destinadas sofrerem limitações de expansão e negócios.

É hora da SANEAGO e da SEMARH chamar a população consumidora de Goiânia e Aparecida de Goiânia para participar do Grup”. É hora de reuniões e audiências públicas com os quase 2 milhões de cidadãos que bebem da água do Reservatório João Leite. É hora das construtoras e incorporadoras de Goiânia e Aparecida serem chamadas para o debate e a responsabilidade para o futuro do abastecimento de água de seus empreendimentos.

Se a APA já foi delimitada e é para PROTEGER O MANANCIAL qualquer alteração agora me parece ilícita, considerado o interesse coletivo maior de 2 milhões de pessoas

A questão deve ser estudada com profundidade, com reuniões e audiências públicas e oitiva de todos.

Talvez seja a oportunidade de um grande exercício de DEMOCRACIA PARTICIPATIVA!!!

Uarian Ferreira – Superintendente da Amarbrasi

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A BR-153 e o João Leite: Água e Óleo

No dia 15 de março de 2010 era veiculado no Jornal Diário da Manhã uma matéria de capa, que não só expunha um tema como convidava o leitor a refletir sobre ‘o futuro da água potável em Goiás’.

Com o título “Rodovia Ameaçada”, a matéria mostrava a preocupação da Amarbrasil com a Barragem João Leite, totalmente exposta na BR 153, onde um acidente poderia comprometer drasticamente o abastecimento de água no estado, assim como a movimentação de carros na região que proporciona lixo e emissão de toxinas na água.

A proposta da Amarbrasil continua pois o risco ainda é alto. Essa discussão, que aparentemente pode parecer antiga, é e sempre será atual. Inclusive, em matéria dia 11 de novembro no Jornal O Popular, foi veiculada informação de que um grupo (não especificado) aprovou flexibilização na região, e caso SERMARH (Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos) aprove mudanças, a região de proteção poderá receber novos loteamentos.

Para o superintendente da Amarbrasil Uarian Ferreira, a questão deve ser tratada com maior profundidade, “com todo e máximo respeito, o “grupo” reuniu, discutiu e decidiu, mas esqueceu de combinar com o outro time, que soma quase 2 milhões de cidadãos; se a APA já foi delimitada e é para PROTEGER O MANANCIAL qualquer alteração agora me parece ilícita com o deliberado intuito de acomodar conveniências individuais” afirma.

Confira na íntegra a matéria veiculada no Diário da Manhã clicando no link a seguirjornalamarbrasil

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Construção de anel viário pode comprometer o abastecimento de Água em Goiânia

Sob o título “BR-153 – Obras de desvio começam em um ano”, a edição eletrônica do jornal O Popular, no dia 14 de agosto, anunciou que “o projeto de construção de um anel viário na BR-153, que começa em Hidrolândia, passando pelos municípios de Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Goiânia até as proximidades da Polícia Rodoviária Federal, na saída para Anápolis, caminha para a fase final de elaboração.”

Também que os “técnicos do governo estadual, das prefeituras e da Triunfo, concessionária da rodovia, e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) discutiram os detalhes do projeto. E que o “ projeto prevê um desvio de 40 quilômetros em pista dupla e iluminada. A obra será construída pela concessionária da BR-153 e vai significar um grande desafogo no perímetro urbano da BR-153 dentro de Aparecida e de Goiânia.”

A Amarbrasil tem as seguintes perguntas:

Alguém já pensou que o tráfego desta rodovia, que cada dia só aumenta, põe em risco o Reservatório de Água de Goiânia e destrói a unidade do Parque Ecológico?

Alguém já pensou em fazer com que este anel rodoviário se prolongue seguindo a antiga estrada de Goiânia/Goianápolis construída pelos carros de bois sobre o espigão que divide as vertentes das águas do Ribeirão João Leite e do Caldazinha, até encontrar a BR 060 no trevo doe Goianápolis? Pensou que um “desvio” assim traçado eliminará os 12 kms de lixo do tráfego da BR que vertem diretamente para o Reservatório de Água de Goiânia? Alguém já pensou que este desvio pode ser a possibilidade de efetivamente transformar o Parque numa “Unidade Ecológica” e, de sobra, oferecer proteção e saudabilidade às águas do Reservatório?

Na elaboração deste projeto cabe a oitiva dos cidadãos, dos senhores vereadores de Goiânia, para ouvir o que é melhor para a cidade?

O Reservatório de água de Goiânia, idealizado pelo ex-governador Henrique Santillo, jamais teve uma BR com mais de 50 mil veículos trafegando sobre ele por dia e pior, com tudo quanto é carga de ácidos, gazes e líquidos tóxicos que cortam o Estado de Goiás rumo ao Norte e Sul do País. Médico, Henrique Santillo, a voz da Democracia em sua época, sabia que as saúde e qualidade de vida da população da capital do Estado dependeria por décadas da Bacia Hidrográfica do Ribeirão João Leite.

Quantas toneladas de detritos de borracha, óleo e químicos são e serão lançados nos próximos anos no trecho da BR 153 que sai do trevo de Anápolis e vem até o posto da PRF na entrada de Goiânia? Borracha, óleo e químicos altamente cancerígenos levados pelas chuvas diretamente para o precioso reservatório de água que abastece a cidade.

Obras de arte da BR às margens ou sobre o Reservatório ou cortando a unidade do Parque Altamiro de Moura Pacheco, nunca fez parte do projeto comentado por Henrique Santillo, na década de 1980. O projeto em sua ideia original transferia a rodovia impondo-lhe traçado e passagem para lugar distante do Parque e da Bacia do João Leite.

A crise de abastecimento de água é crise de humanidade, de democracia. Água pública: a fonte da democracia. Salve a Unidade do Parque Ecológico e a Fonte da Democracia de Goiânia.